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Aniversário de Criação do Forte Marechal Hermes


Por 391 anos o Forte Marechal Hermes vem se mantendo íntimamente ligado a história de Macaé. Uma justa homenagem marcou o seu aniversário na terça-feira (16/03), quando autoridades civis e militares, juntamente com instituições e o empresariado regional, puderam participar das comemorações do aniversário de criação do Forte.

"Nossa alegria pela passagem de mais um ano de nosso Forte Marechal Hermes, aliada ao fato de servimos numa região tão receptiva as várias ações sociais que implementamos através das parcerias estabelecidas com empresas e instituições locais, muito nos gratifica", citou o Major Jório.

Iniciada à partir das 19:30, as comemorações contaram com uma formatura solene mais leitura do Histórico do Forte, seguida dos hinos Nacional e de Macaé. Logo após a solenidade, que aconteceu nas dependência do Forte, foi servido um coquetel de confraternização.

Fonte: Walter Bonifácio

Conheça a seguir um pouco da história do Forte Marechal Hermes:

1. Generalidades

A História Militar da 1ª Bateria do 10º Grupo de Artilharia de Costa Motorizado (1ª/10º GACosM) pode ser dividida em dois períodos: o primeiro tem início em 16 de março de 1613, com a instalação do Forte Santo Antônio de Monte Frio, e termina com a sua desativação em 19 de novembro de 1859; o segundo período teve como marco inicial o ano de 1893, quando o Presidente da República, Marechal Floriano Peixoto, concluiu sobre a "necessidade de se fortificar, para proteger um porto, como o de Macaé, tão vizinho à Capital da Nação e de tão fácil acesso", motivando, assim, a inauguração do Forte Marechal Hermes, em 15 de abril de 1910.
No decorrer dos seus 390 anos de vida, a 1ª/10º GACosM acompanhou, efetivamente, os movimentos sociais, políticos e econômicos da Região Norte Fluminense, seja contribuindo para as suas consecuções ou tendo compartilhando destes movimentos.

2. Forte Santo Antônio de Monte Frio

A Instalação do Forte Santo Antônio de Monte Frio foi motivada pela necessidade da Coroa Espanhola em povoar a região, tendo em vista a intenção de aventureiros ingleses que ultimavam os preparativos para invadir e estabelecer uma colônia entre o Espírito Santo e o Rio de Janeiro, cujo projeto contava, também, com a instalação de um porto e o levantamento de fortificações militares. Este propósito de intensificar o contrabando do pau-brasil, farto na região, especialmente no Arquipélago de Santana, foi compartilhado por três mamelucos, habitantes da região e conhecedores da língua e dos costumes indígenas: Gaspar Ribeiro; João Gago e Manuel de Oliveira.

Antes que se desencadeasse esta empreitada inglesa, o Estadista Gondomar, Embaixador Espanhol em Londres, percebeu o aparelhamento dos navios e o recrutamento do contingente invasor. Informado pelo embaixador, Felipe II, Rei da Espanha, que, na época, dominava Portugal por questão da União Ibérica, expediu ordens ao Governador Geral Gaspar de Souza para que se antecipasse aos ingleses, estabelecendo um aldeamento com aproximadamente duzentos índios junto à foz do Rio Macaé, defronte à ilha de Santana, e outro, semelhante, à foz do Rio Leripe, hoje Rio das Ostras, povoando, assim, a região e dificultando a execução dos objetivos dos invasores.

Como povoar a região, se as outroras tentativas esbarraram nos índios Tupinambás, localizados entre Cabo Frio e Macaé, e nos terríveis Goitacás, que povoavam, principalmente, as planícies de restingas entre Macaé e Campos? Eram temidos por todos os portugueses, que afirmavam serem os mais selvagens e cruéis do Brasil, enchendo os portugueses de terror por serem grandes canibais, verdadeiros tigres humanos. Os doze mil índios goitacás, que significa "grandes nadadores" em linguagem indígena, eram, também, os mais evoluídos do território brasileiro.

A garantia proporcionada por um contingente militar foi, então, a solução encontrada pelo Governo Geral, que ordenou ao Capitão-Mor da Capitania de Cabo Frio, Constantino Menelau, a construção de uma fortificação para viabilizar a fixação do aldeamento à foz do Rio Macaé. O "Forte de Santo Antônio de Monte Frio" teve suas obras concluídas em 1613, no saliente NE, do planalto em que se ergue o morro, por isso chamado de Fortaleza, armando-a com cinco peças. Posteriormente, em 1762, foi reconstruída por Conde de Cunha, por ordem do então Governador do Rio de Janeiro, Francisco de Castro Moraes, e ficou armada com 7 bocas de fogo.

Em 6 de março de 1855 a cidade foi abalada por um fato famoso: a praga rogada por Manoel da Mota Coqueiro, momentos antes do seu enforcamento, a despeito de seus protestos de inocência, para que a cidade estagnasse o seu progresso por um século. Por uma estranha coincidência, em 19 de novembro de 1859, a fortificação foi desativada juntamente com outras do Estado do Rio de Janeiro por ordem do então Ministro da Guerra, o Coronel Reformado Sebastião do Rego Barros "por não serem satisfatórias suas condições defensivas e muito onerosa ao Tesouro Nacional a sua conservação".

3. O Forte Marechal Hermes

a. A História da 1ª/10º GACosM.

O segundo ciclo econômico de Macaé, impulsionado pelas construções do Canal e da Ferrovia Macaé-Campos e pela lavoura cafeeira nos Distritos Serranos, fez nascer um importante porto fluminense, que seria palco de uma intensa agitação comercial no fim do período imperial. Em 1880, a Companhia que explorava este transporte marítimo dispunha de cinco balsas a vapor com tráfego regular entre Imbetiba e o Rio de Janeiro.

O velho e abandonado Forte repercutiu esta fase de intenso progresso em Macaé, pois em 1893, o Presidente da República, Marechal Floriano Peixoto, conclui sobre a "necessidade de se fortificar, para proteger um porto, como o de Macaé, tão vizinho à Capital da Nação e de tão fácil acesso".

Assim, são iniciadas as obras de um semi-reduto, no saliente sudoeste, em cota de 22 metros mais ou menos, orçada a em 828 contos de réis. Entretanto, a cidade, mais uma vez, vê extinguir-se o vertiginoso crescimento econômico, pois a Leopoldina, com a ligação Rio Bonito-Macaé-Campos, absorveu todo o transporte da produção dessa região, cujo barateamento nos custos foi uma lógica opção dos produtores. Seguiu-se, daí, rápido declínio do Porto de Imbetiba, que permaneceu, assim, sem função, até que sua licença alfandegária foi extinta em 1903. As obras da Fortaleza seguiram o declínio do Porto. Em conseqüência, após gastos 231 contos, entre 1898 e 1900, e, também, por falta de verba, a obra foi suspensa em meados de 1900.

Em 1908, o Marechal Hermes Rodrigues da Fonseca, então Ministro da Guerra, esteve na cidade por ocasião de uma das recepções semanais realizadas no Solar de Monte Elíseo, residência do Coronel José de Lima Carneiro da Silva, neto de Luiz Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias. Estavam presentes, além do coronel, outros descendentes do Patrono do Exército Brasileiro. Na ocasião, ficou decidido, como consta em documentos do arquivo do Distrito Federal, que a família de Caxias doaria 30 contos de réis para a conclusão das obras, agora sob um projeto mais reduzido do que o orçado originalmente. O governo, por sua vez, comprometeu-se com mais 15 contos de réis.

Ainda em 1908, o Ministro da Guerra, Marechal Hermes Rodrigues da Fonseca, determinou a construção de uma bateria alta, no topo do morro da Fortaleza, numa cota de 41 metros. Tal opção deveu-se à exigüidade de recursos para o melhoramento e bem assegurar a sua defesa.
Em 21 de dezembro de 1908, depois de locada a bateria alta no topo do morro pelo tenente-coronel de engenharia José Bevilacquia, as obras foram reiniciadas, dirigidas pelo capitão de engenharia Alberto Lavenére Wanderley. Em 13 de fevereiro de 1909 o primeiro-tenente Feliciano Sodré assumiu as obras até o seu término, com a instalação de quatro canhões Armstrong 152 mm, c/50 TR, montados em reparos Wavasseur, recentemente desativados do Cruzador Tamandaré, da Marinha Brasileira.

O Forte foi inaugurado em 15 de abril de 1910, pelo então Ministro da Guerra o Exmo General José Bernadino Bormann, na presença do Marechal Hermes da Fonseca, Presidente Eleito da República e demais autoridades civis e militares. O Presidente Eleito e sua comitiva foram recebidos pelo Coronel José de Lima, neto de Caxias, seguindo, posteriormente, de carruagem, até o local da inauguração.

Sobre a solene inauguração, "O Regenerador" anunciou: "ficará gravado, com caracteres indeléveis na história de Macaé, e sua população jamais poderá esquecer tão grandiosa e espontânea vibração de sua alma patriótica". A simples relação dos atos e solenidades realizadas permite-nos avaliar a intensidade dos festejos da inauguração: ornamentação das principais ruas da cidade, "sobressaindo seis belos arcos triunfais" dedicados ao Marechal Hermes, ao Doutor Nilo Peçanha, ao General Bormann, ao Doutor Oliveira Botelho, ao General Dantas Barreto e ao Almirante Alexandrino de Alencar; o "entusiasmo vibrante" com que, às 3 horas da tarde, foram recebidas as autoridades convidadas, vindas em trem especial; a saudação que, em frente à redação de O Século, em nome do povo macaense, foi feita pelo vibrante Agenor Caldas; o cortejo humano que acompanhou a comitiva até o aquartelamento, movendo-se de lado a alado com os bondes que a conduziam.

Após a partida do Marechal Hermes e sua comitiva, realizou-se, com início às 10 horas e término às 6 horas da manhã, o baile de gala também realizado nos amplos salões da Alfândega, "tendo tocado alternadamente três bandas do Exército".

Estava assim inaugurado o Forte marechal Hermes, valendo transcrever a parte final da ordem do dia, de 16 de abril de 1910, do General Dantas Barreto, inspetor da 8ª Região Militar: "o Forte em questão representa o primeiro da série mandada executar em momentos de sérias apreensões naturais. E se constitui a defesa do porto outrora acessível da próspera cidade fluminense. É também um elemento complementar, rigoroso, da segurança da barra do Rio de Janeiro. Por tão assinalado melhoramento militar da nossa extensa costa, congratulo-me com os altos poderes de nossa Pátria, cuja altivez nunca fora abatida, ainda mesmo nas crises mais delicadas das suas relações internacionais.

À mesma data, foi o Forte entregue ao Comando da 8ª Região Militar e ficou guarnecido por um contingente do 38º Batalhão de Infantaria, chefiado pelo 2º Tenente João Augusto Mendes Autas. Entretanto, só foi transformado em uma Organização Militar pelo Decreto Nº 12502, de 6 de junho de 1917, que lhe concedeu autonomia administrativa, os quadros de organização de pessoal e de distribuição de material e a denominação de 6ª Bateria Isolada, tendo como primeiro comandante o Capitão Hermes d'Allicourt Severiano da Fonseca, filho do Marechal Hermes da Fonseca.

b. A modernidade tecnológica presente na 1ª/10º GACosM

A 1ª/10º GACosM - Forte Marechal Hermes - tem, atualmente, a missão de defender a costa brasileira contra os desembarques anfíbios inimigos. Para isso adota o Sistema de Lançamento de Foguetes ASTROS II, armamento mais moderno e eficiente da Artilharia do Exército Brasileiro. Este Sistema é totalmente nacional, fabricado pela AVIBRÁS, e possui elevado valor no mercado internacional de armamento, devido à sua precisão, letalidade e simplicidade de operação e manutenção. Além disso, sua confiabilidade é aumentada pelo fato de ser adotado no país de origem (Brasil) e testado em situação real de combate, no Teatro de Operações do Oriente Médio.

c. O futuro

A preocupação com o futuro é uma constante entre os militares que servem no Forte. Em conseqüência há um grande um esforço em contribuir com a formação da cidadania da comunidade macaense, aí incluídos os militares, pois o Forte se orgulha de ser o berço histórico de Macaé, o que estimulou o atual comando do Forte a traçar alguns projetos de cunho sociocultural:

1) A manutenção da mentalidade de preservar o meio ambiente, carreando as atenções para as rotinas da guarda aos doze hectares de Mata Atlântica, reservados no interior do quartel, e do combate à pesca predatória na orla do Forte. Assim, o forte assegura o futuro destes dois ecossistemas, ao proporcionar um local seguro para a sobrevivência de várias espécimes, com destaque para as tartarugas marinhas.

2) O potencial histórico, cultural e ecológico impulsionou ao sonho de construir um Espaço Cultural, que será disponibilizado à comunidade para explorar o seu passado e diversas atividades culturais. A localização extremamente atraente despertou os interesses da Petrobrás e da Prefeitura de Macaé em realizar esta parceria com o comando do Forte.

3) Ciente da importância da cidadania na formação militar, atributo que o encorajará a combater em defesa do Brasil e lhe capacitará, como futuro elemento social, a participar eficientemente no progresso do nosso país, foi acertada duas importantes parcerias educacionais junto à Secretaria Municipal de Educação e ao SESI-SENAI: a primeira proporcionará a conclusão do 1º grau a todos os militares, num total de trinta e quatro, que, ao longo das suas vidas não tiveram esta oportunidade; e um curso profissionalizante, coerente com as futuras necessidades do mercado de trabalho, previamente levantadas pela direção do SESI, permitindo que os jovens, quando licenciados das fileiras do Exército, estejam, automaticamente, encaminhados às outras atividades profissionais.

Fonte: Ascom - Forte Marechal Hermes

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