Quissamã promove dia de festa em Machadinha
O dia da Abolição da Escravidão não passou despercebido pelos descendentes dos negros que moram nas senzalas erguidas no Século XIX, em Machadinha - município de Quissamã. E foi com o intuito de preservar o complexo histórico das senzalas que aconteceu na sexta-feira (13/05), a homenagem aos negros da região. O evento contou com a presença de empresários da região, autoridades e jornalistas.
Os convidados foram recepcionados pelos guias turísticos que mostraram as senzalas onde vivem hoje, aproximadamente, 300 pessoas. Logo em seguida houve a apresentação de vídeo contando a história de Quissamã e a importância histórica de Machadinha. O evento foi encerrado com a apresentação de danças típicas dos negros, como jongo e fado, e foram servidas comidas resgatadas à época dos escravos, pelo projeto Raízes do Sabor.
De acordo com a coordenadora especial de Cultura e Lazer, Alexandra Moreira, desde o governo anterior o município tem arcado com a recuperação das senzalas. No entanto, como o projeto é dispendioso, os empresários receberam o convite do município para colaborar.
"Não se trata somente da questão cultura, que é muito importante, mas também do fator humano. Essas famílias se recusam a sair das senzalas que eles transformaram em casas e elas começam a ruir. Precisamos fazer a restauração", declarou.
A coordenadora de Cultura explicou que são cinco blocos de senzalas e um deles já foi desocupado para a restauração. As famílias foram transferidas para casas construídas pela prefeitura.
No encerramento da solenidade o prefeito Armando Carneiro lembrou da importância de se preservar a cultura do município e de seu compomisso de campanha de recuperar o patrimônio histórico de Machadinha.
Casa de Arte para preservar cultura
Durante a homenagem a Dia da Abolição, o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico de Quissamã, Haroldo Carneiro, lançou o projeto Casa de Arte Machadinha. O local escolhido foi o velho galpão que será restaurado e deverá abrigar um restaurante para receber os turistas, local para venda de artesanato, entre outros espaços.
A obra, que foi orçada em R$ 430 mil, deverá estar pronta em seis meses e contará com um palco em madeira, para a apresentação da dança do fado - que utiliza o sapateado como marcação da coreografia.
"Antes de lançar esse projeto viemos conversar com a comunidade e saber de suas necessidades. A Casa de Arte Machadinha proporcionará a inclusão social e fomentará a cultura local. Isso significa aumentar o turismo, pois nesse espaço os produtos feitos pelo projeto Raízes do Sabor também serão oferecidos aos visitantes. E turismo gera renda", acrescentou Haroldo Carneiro.
Fotos: Walter Bonifácio
Fonte: Diário Costa do Sol