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Provale quer produzir material usado na exploração de petróleo


A produtora de carbonato de cálcio Provale, que está investindo no segmento de cimento branco, já avança negociações para oferecer uma linha mais específica do produto: o cimento classe G, que é utilizado pelo setor de óleo e gás na construção de paredes de poços de exploração.

A Provale já comprou o terreno onde será construída a fábrica de cimento branco, em Cachoeiro de Itapemirim (ES), e aguarda licença ambiental para dar início à construção. A expectativa é que a liberação saia ainda este ano, o que faria com que a fábrica fosse concluída já em 2015.

Para se instalar em uma área de 50 mil m2, com capacidade de produção de 190 mil toneladas ao ano de cimento branco, a empresa teve aporte de R$ 10 milhões do fundo americano Resource Capital Funds (RCF), que agora possui 22% do seu capital.

Enquanto dá andamento ao projeto de produção de cimento branco, no entanto, o presidente da empresa, Emílio Nemer Neto, disse que já avança em conversas com um grupo europeu para estabelecer uma parceria que permita a produção nacional do cimento usado em poços de petróleo.

O objetivo é atender clientes mais exclusivos, oferecendo produto com certificação API (American Petroleum Institute). No modelo pensado por ele, o grupo europeu entraria com o clínquer - matéria-prima do cimento - e a Provale faria a moagem e a comercialização do produto no Brasil. Nemer Neto diz que a empresa estuda a possibilidade de negociar o cimento com a marca europeia.

Para iniciar a produção, seria necessário investimento de R$ 10 milhões na expansão da fábrica, para moagem. O investimento seria feito pela própria Provale, com geração de caixa. Nemer Neto estima volume de 120 mil toneladas/ano desse cimento, com base no volume vendido pelos europeus na América Latina.

A proposta é aproveitar o incentivo do governo à produção local no setor de óleo e gás, no qual a principal empresa, Petrobras, está sujeita à lei de conteúdo nacional. O produto seria destinado principalmente às regiões produtoras do Espírito Santo, Rio de Janeiro e Santos (litoral paulista), mas, segundo Nemer Neto, a empresa visa também atender países vizinhos.

"Vamos ter um primeiro encontro na próxima semana para avaliarmos a possibilidade de, sendo concluída a instalação da fábrica, podermos evoluir no nosso portfólio", disse.

Fonte: Valor Econômico