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Sete Brasil entra na Justiça com pedido de recuperação judicial


Defesa da empresa espera parecer favorável à solicitação
  
RIO - A Sete Brasil entrou na tarde de sexta-feira, 29/04, com pedido de recuperação judicial na 3ª Vara Empresarial da Justiça do Rio de Janeiro, que tem como titular o juiz Luiz Alberto Carvalho Alves. O advogado Márcio Vieira Souto, do escritório Sérgio Bermudes, que representa a empresa, disse acreditar que a Justiça dará parecer favorável ao trabalho de recuperação da companhia devido à importância que a construção de sondas para o pré-sal tem para a economia nacional.

Se aprovado o pedido de recuperação judicial a empresa terá 60 dias para elaborar e apresentar o plano de recuperação que será desenhado pela Alvarez Marsal. O plano é colocado em prática uma vez que aprovado pelos credores. No pedido de recuperação judicial, a Sete argumenta que já foram investidos R$ 8,3 bilhões por seus acionistas controladores, e acumula dívidas com bancos e outros fornecedores que totalizam R$ 19,3 bilhões.

Vieira Souto acredita que o plano será aprovado diante de todos os investimentos já realizados e da importância que o projeto de sondas tem não só para o desenvolvimento da produção no pré-sal como para a economia do país.

— A gente julga que todo esforço que foi feito precisa ser salvo em prol dos negócios gerados para a construção das sondas que precisam ser retomadas. No auge do funcionamento da Sete, foram gerados 15.300 empregos diretos e 40.500 indiretos — destacou.

A Sete Brasil, criada em 2010 para viabilizar a construção de sondas para o pré-sal no Brasil, tinha contratos com estaleiros para a construção de 28 sondas que seriam afretadas pela Petrobras. Com a crise da estatal por conta do escândalo de corrupção revelado pela Operação Lava-Jato, que envolveu fornecedores e estaleiros, e da queda dos preços do petróleo, as encomendas foram suspensas.

Durante todo o ano passado, a Sete tentou fechar um novo contrato de pedidos de sondas com a Petrobras, sem sucesso, o que levou a companhia a pedir recuperação judicial. A Petrobras chegou a sugerir a redução do número de sondas para 15, depois para dez, mas as negociações não avançaram.

Fonte: O Globo