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Petrobrás em busca da previsibilidade


A palavra-chave que anima a Petrobrás neste momento é 'previsibilidade', que, como reconhece a diretora de Exploração e Produção da estatal, Solange Guedes, 'não tem sido o nosso forte'

Com o objetivo claro de melhorar sua imagem entre os investidores e a sociedade, mostrando que busca aumentar sua eficiência, a Petrobrás anunciou há pouco que sua produção em junho alcançou 2,9 milhões de barris de petróleo equivalente por dia (bpd), incluindo suas atividades no País e no exterior, um recorde histórico. Considerado apenas o resultado obtido em território nacional, a produção foi de 2,2 milhões de bpd.

Esses números estão ligados a um compromisso: a estatal vai se esforçar para cumprir a meta de produzir em média 2,145 milhões de barris de petróleo e gás por dia no País em 2016, como prevê o seu plano de negócios. Apesar do bom resultado de junho, a média do segundo trimestre foi de 2,134 milhões de bpd. Somada à fraca produção do primeiro trimestre, o total é inferior ao dos seis primeiros meses de 2015 e a direção da estatal se empenha em recuperar a diferença até o fim do ano.

A palavra-chave que anima a Petrobrás neste momento é “previsibilidade”, que, como reconhece a diretora de Exploração e Produção da estatal, Solange Guedes, “não tem sido o nosso forte”. Ela diz que todos os cenários foram colocados sobre a mesa e que, mesmo que venha a ocorrer uma greve dos petroleiros, é provável que a meta de produção seja alcançada.

A Petrobrás pretende ativar mais duas plataformas até dezembro, conter o declínio na Bacia de Campos e perfurar novos poços produtores, de acordo com uma política de redução de custos. Segundo informações disponíveis, a estatal já consegue, em alguns campos, produzir petróleo a um custo médio de US$ 7,60 por barril, bem abaixo da cotação internacional do produto, que atualmente varia em torno de US$ 46 o barril.

Depois do amplo esquema de corrupção e dos erros administrativos que abalaram suas finanças sob o governo do PT, a Petrobrás deve concluir neste mês a terceira rodada de renegociação de contratos com fornecedores para reduzir custos com sondas, embarcações, aeronaves de apoio às plataformas e suprimentos, bem como com serviços.

Com isso, a empresa vai recuperando a credibilidade interna e externa, da qual necessita para enfrentar os grandes problemas que tem pela frente. Apesar de ter renegociado US$ 6 bilhões em títulos, a estatal terá de pagar US$ 20 bilhões só de amortizações nos próximos dois anos, o que a obrigará a vender ativos, um processo até agora apenas esboçado.

Fonte: Estadão