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Petrobras vende 1º campo no pré-sal por US$ 2,5 bi


RIO - A Petrobras anunciou na madrugada de sexta-feira, 29/07, que vai vender sua participação de 66% no campo Carcará, no pré-sal na Bacia de Santos, à petroleira norueguesa Statoil, por US$ 2,5 bilhões. Esta é a primeira venda da estatal de um campo de petróleo no pré-sal e faz parte de seu programa de alienação de ativos para conseguir arrecadar até o fim deste ano US$ 14,4 bilhões, fundamentais para a execução de seu plano de investimentos. O mercado financeiro parece ter gostado da negociação e as ações sobem. O negócio é o segundo maior registrado no país este ano.

Com um elevado endividamento (R$ 450 bilhões), a Petrobras tem como prioridade máxima sua redução. E, com poucos recursos para investir, sua política é priorizar projetos que deem retorno maior e mais rápido. Carcará entrou na lista de venda porque, apesar de já ter descoberto reservas de petróleo, ainda demandaria vários anos e elevados investimentos para entrar em operação.

Carcará estava na lista de ativos de exploração de petróleo, junto com outros também no pré-sal e no pós-sal, desde o ano passado. O campo é um dos quatro cujas reservas extrapolam a área concedida e, por isso, estão em processo de definição de volumes de petróleo chamado de unitização. Essas áreas que extrapolam os quatro campos serão ofertadas em um leilão em meados do ano que vem pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). Um dos campos é Gato do Mato, operado pela Shell, na Bacia de Campos, no pós-sal. Os outros três são Carcará, Sapinhoá e Tartaruga Verde, no pré-sal, na Bacia de Santos, todos operados pela Petrobras.

Ao comprar a participação da Petrobras em Carcará, a Statoil passa a ser potencial candidata à comprar à adquirir a área contígua ao campo no no leilão. O mercado estima que Carcará pode conter reservas gigantes de petróleo. A perfuração de um segundo poço na área de Carcará no ano passado, a sudoeste do megacampo de Lula, confirmou o potencial de estar ali uma nova megajazida de petróleo, semelhante aos dois próximos a ele: Sapinhoá e Lula, os maiores em operação no pré-sal. A estimativa é que Carcará entre em produção em 2020 ou 2021.

No fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Petrobras informou que a transação foi fruto de um processo competitivo “e representa um avanço material na parceria estratégica entre as duas empresas que já possuem Acordos de Cooperação com foco em desenvolvimento tecnológico na área de E&P offshore”.

A Petrobras também destaca que a operação faz parte de sua política de gestão projetos que prioriza investimentos em ativos com maior potencial de geração de caixa no curto prazo e com maior possibilidade de otimização de capital e de ganhos de escala, “devido à padronização de projetos de desenvolvimento da produção”.

Do valor total a ser pago, de US$ 2,5 bilhões, a primeira parcela, correspondente a 50% do valor total (US$ 1,25 bilhão), será paga no fechamento da operação. O restante do valor, segundo a Petrobras, estará ligado à conclusão do processo de unitização e será pago em “parcelas contingentes relacionadas a eventos subsequentes como, por exemplo, a celebração do Acordo de Individualização da Produção (unitização)”.

O BM-S-8 está localizado na Bacia de Santos e é atualmente operado pela Petrobras (66%) em parceria com a Petrogal Brasil (14%), Queiroz Galvão Exploração e Produção (10%) e Barra Energia do Brasil Petróleo e Gás (10%). Neste bloco, ocorreu uma descoberta no prospecto exploratório denominado Carcará.

A Petrobras e a Statoil negociam um memorando de entendimento para outras iniciativas de cooperação estratégica com o objetivo de uma atuação de longo prazo.

A conclusão do negócio com a Statoil está sujeita a determinadas condições precedentes usuais, incluindo o direito de preferência por parte dos demais parceiros e a aprovação pelos órgãos competentes.

Fonte: O Globo