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Pré-sal é viável com o petróleo abaixo de US$ 40, diz presidente da Petrobras


Pedro Parente afirma que o plano de desinvestimentos da estatal não irá se traduzir em redução de produção. Segundo ele, a tecnologia na exploração de campos reduz custos como o aluguel diário de sondas.

Segundo Pedro Parente, a decisão sobre o preço da gasolina não é mais política, mas sim uma decisão empresarial, interna da Petrobras, que leva em conta fatores como preços do mercado internacional e taxa de câmbio, além da margem e do risco de operar em um mercado volátil. O presidente da estatal se mostrou otimista: “baseado nos investimentos da Petrobras, tudo indica que a empresa vá atrair US$ 40 bilhões nos próximos dez anos, o que representa US$ 20 bilhões adicionais”. Ele disse ainda que o Pré-sal será competitivo mesmo com o custo do barril do petróleo abaixo de US$ 40. Em 2007, quando o governo anunciou a descoberta das reservas, o preço do petróleo superava a casa dos US$ 100 e o então presidente Lula chegou a afirmar que o Brasil havia ganhado um "bilhete premiado". De acordo com Parente, o Pré-sal será viável porque haverá um custo menor com plataformas sem prejudicar o aumento da produção no futuro.

O presidente da Petrobras defendeu a criação de uma 'cultura do preço livre' para os combustíveis no Brasil e citou exemplos de outros países que adotam o modelo. Para o reajuste, o novo presidente da Petrobras disse que o melhor é ter uma 'política', em vez de uma 'fórmula' que iria gerar uma obrigação para a empresa.

Segundo ele, a Petrobras praticou um preço abaixo do mercado internacional por vários anos. Pedro Parente justifica o preço atual acima da paridade internacional pelo componente de risco em operar em um mercado volátil, e que serão levados em conta fatores como os preços do mercado internacional e a taxa de câmbio. ‘A prática de preços tendo como referência a paridade internacional implica em dizer que preços podem subir ou descer’, afirma.

Apesar de o novo plano de negócios da companhia prever redução de investimentos de 25%, o presidente da Petrobras afirma que os níveis de produção não serão afetados. Parente cita que há algum tempo a empresa levava 330 dias para perfurar um poço, o que agora é feito em 90 dias. Segundo ele, a economia vem da redução na diária para a contratação de sondas, que possui uma taxa diária de centenas de milhares de dólares.

Outro fator de economia citado é a redução de oito para seis na quantidade de poços suficientes para completar a capacidade de produção nas plataformas flutuantes. Pedro Parente diz que a Petrobras se aproxima dos US$ 100 bilhões de investimentos nos próximos cinco anos, mas que nos dois primeiros anos a estatal terá ‘uma austeridade grande’.

O presidente da Petrobras classifica de ‘vítima’ o papel da empresa no escândalo de corrupção revelado na Operação Lava-jato. “A Petrobras foi vítima nos processos da Lava-jato, e amarga um prejuízo muito grande, assim como os seus colaboradores. Temos uma comissão especial de investigação, liderada pela ministra Ellen Gracie”.

Sobre os processos aos quais a Petrobras responde nos Estados Unidos, Parente diz que a estatal não terá de pagar indenizações.

Fonte: CBN