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Agência de classificação de risco Fitch Ratings diz que Petrobras deve continuar altamente alavancada


Apesar de o novo plano de negócios da Petrobras para 2017 a 2021 ajudar a companhia em seus esforços de desalavancagem, uma redução significativa do endividamento continua a depender da habilidade da estatal em executar sua meta de desinvestimentos, avalia a agência de classificação de risco Fitch Ratings, em relatório divulgado nesta quarta-feira.

O novo plano de negócios reduz a meta de investimentos da Petrobras para os próximos cinco anos em cerca de 25%, para US$ 74,1 bilhões, ou US$ 15 bilhões por ano, ante estimativa do plano anterior de US$ 98,4 bilhões, ou US$ 20 bilhões por ano.

O planejamento mais recente pretende reduzir a alavancagem em quase 50% para 2,5 vezes em 2018, abaixo das 4,8 vezes de junho de 2016, considerando a dívida líquida sobre o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês). O plano de negócios anterior da Petrobras propunha a redução da alavancagem para 3 vezes em 2018 e 2,5 vezes em 2020.

A nova meta implica numa redução de dívida em cerca de US$ 50 bilhões nos próximos dois anos, presumindo que os atuais níveis de Ebitda e caixa permaneçam constantes. “Esse nível de redução do endividamento se compara a uma expectativa de desinvestimentos total de US$ 35 bilhões durante o período, o que explicita a necessidade de a Petrobras gerar fluxo do caixa livre significativo para atingir sua meta”, escreve a Fitch.

Fluxo de caixa livre

O plano de desinvestimentos da Petrobras gerou até o momento US$ 4,6 bilhões; sendo US$ 727 milhões em 2015 e US$ 3,9 bilhões até o momento em 2016.

A Fitch acredita que o fluxo de caixa livre da Petrobras será limitado, à medida em que o volume de recursos advindo das operações está projetado para pouco mais do que o necessário para cobrir o investimento e despesas com juros. Como resultado, a agência espera que a companhia continue a depender do mercado de capitais para refinanciar o principal de suas dívidas em vencimento.

O caso-base da Fitch presume que a Petrobras deve permanecer altamente alavancada, vai depender de financiamento externo para cumprir o pagamento de principais, e que a redução do endividamento vai depender de desinvestimentos, que são incertos.

Fonte: Valor