Notícias

Petroleira de Eike Batista só tem um campo ativo


OGPar devolve Tubarão Azul à ANP; fatia de Eike nas companhias está encolhendo

RIO — OGPar, antiga OGX, petroleira de Eike Batista em recuperação judicial, deu início esta semana à devolução do campo de Tubarão Azul, na Bacia de Campos, à Agência Nacional de Petróleo (ANP). Resta em operação o campo de Tubarão Martelo. A OGX era a joia da coroa do império “X”; e Tubarão Azul, a grande aposta da companhia. Foi também o estopim da derrocada. Em 2012, a petroleira revisou estimativa de produção do campo para um quarto do previsto, resultando, no fim de 2013, no pedido de recuperação judicial. Depois, também a OSX, braço naval do grupo citada na operação Lava-Jato, e a mineradora MMX Sudeste pediram proteção à Justiça.

Após figurar como maior fortuna do Brasil e sétima do mundo, segundo a revista “Forbes”, Eike viu seu império ruir nos últimos três anos. Outras duas grandes empresas do grupo — LLX, de logística, e MPX, de energia — foram vendidas a estrangeiros. O Hotel Glória e a Marina da Glória também mudaram de mãos.

O empresário é réu em ações penais na Justiça Federal desde 2014, acusado dos crimes de manipulação de mercado e uso de informação privilegiada. Na época, declarou ter patrimônio negativo de US$ 1 bilhão. Continua como principal acionista das companhias do grupo, mas verá essas fatias encolherem. No início do ano, fechou acordo de transferência de ativos para o Mubadala, fundo soberano de Abu Dhabi, um dos principais credores do grupo X, zerando sua dívida. Além disso, ao fim da recuperação da OGPar, ele deve ficar com menos de 5% do negócio.

Fonte: O Globo