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Manser aposta no offshore e acumula contratos para manutenção de plataformas


A Manserv, especializada em manutenção no setor de óleo e gás, decidiu ampliar o escopo de suas atividades para o offshore em 2013 e desde então conseguiu obter bons resultados nas concorrências promovidas pela Petrobrás, já acumulando contratos de manutenção para uma série de plataformas, como P-32, PCE-1, P-40, P-47, P-50, P-51, P-56 e P-65. O diretor comercial da empresa, Ivan Cosenza, conta que a inauguração da nova unidade em Macaé (RJ), no início deste ano, se deu na esteira dessa estratégia, para poderem ampliar o escopo das propostas nas futuras licitações da estatal, incluindo um canteiro para embarques posteriores à montagem. E a expectativa da Manserv não se restringe à Petrobrás, como ressalta Cosenza: “A partir do momento em que a gente consiga se estabelecer, poderemos atender não só a Petrobrás, mas também outras empresas de perfuração”, diz, revelando que a companhia também pretende ampliar a presença internacional neste ano, com prospecções programadas para Colômbia e México, além da Argentina, onde já tem uma atuação voltada à manutenção predial.

O que levou à abertura de uma nova unidade em Macaé?

Essa nossa decisão ocorreu em 2013 e de lá para cá tivemos feito investimentos de acordo com as demandas. Nossos primeiros contratos foram com a UO-Rio [Unidade de Operações-Rio, da Petrobrás], relativos às plataformas P-40, P-50, P-51 e P-56, mas que não demandavam um canteiro para embarques posteriores à montagem. Decidimos então começar a investir e nos preparar para fazer propostas em concorrências que nos permitissem ampliar esse escopo.

Em 2016, fechamos um contrato com a UO-BC [Unidade de Operações-Bacia de Campos, da Petrobrás], iniciado em maio, e a nova unidade é para atender essa demanda, além de aproveitar as oportunidades que existem na área.

O que prevê o contrato?

Inclui a fabricação de estruturas e tubulações no nosso canteiro, para que sejam transportadas e trocadas nas plataformas. É um contrato de manutenção, de cerca de R$ 200 milhões, com prazo de três anos, até maio de 2019.

Como avalia o ano de 2017 na área de óleo e gás?

Entendo que com essa demanda de compliance no País, há mais oportunidades para empresas que têm isso como premissa, como é o nosso caso. Então temos visto muitas oportunidades nesse sentido no primeiro momento.

A partir do momento em que a gente consiga se estabelecer, poderemos atender não só a Petrobrás, mas também outras empresas de perfuração. Podemos inclusive ampliar nossas instalações no futuro.

Quais as oportunidades que a empresa vê no setor para os próximos anos?

Os contratos atuais da Petrobrás têm seus prazos de validade determinados e há perspectivas de novas concorrências em 2017. Vamos participar delas – com a expectativa de um maior faturamento – e as consideramos muito promissoras. Estamos atentos a qualquer oportunidade.

A crise levou a mudanças nos planos da empresa para o segmento de petróleo?

O negócio de óleo e gás é um segmento que tem um potencial bastante significativo, principalmente com essa nova situação, de podermos participar dessas concorrências offshore. Porque, até 2013, mesmo trabalhando há mais de 20 anos em refinarias, não tínhamos um direcionamento para o offshore. Foi entre 2012 e 2013 que passamos a dar esse novo direcionamento também. Obtivemos então um CRCC específico e passamos a ser convidados para as concorrências, alinhando a nossa própria formação de preços.

A mudança que eu posso citar é relacionada à prospecção de serviços fora da Petrobrás, que passou a incluir as empresas de perfuração e de exploração e produção.

Com a estagnação de novos projetos no setor, a área de manutenção ganhou mais atenção de muitas empresas. Isso fez com que a concorrência se acirrasse para a Manserv?

Muitas empresas de construção e montagem se voltaram para a manutenção, mas essa é uma área totalmente diferente da montagem. Essas companhias tentam, e até conseguem alguns contratos, mas logo acabam voltando ao setor de origem ou desistindo. Nossas bases voltadas a esse tipo de serviço são diferentes das de grupos de montagens de grandes obras. A Manserv está no mercado há 32 anos e já viu muitas ondas desse tipo. Entre 1999 e 2005, foi a onda das multinacionais comprando empresas de manutenção no Brasil, indo para esse mercado. Mas a partir de 2008 e 2009, elas saíram, porque é um mercado diferente. Quem está nele já está acostumado com os procedimentos e as especificidades. É por isso que muitas que se arriscam acabam quebrando ou saindo. A Manserv viu muitas empresas tendo problemas sérios, até quebrando por conta disso.

Quais os contratos mais importantes da empresa recentemente?

O de 2016, que é para as plataformas P-32, P-47, P-65 e PCE-1. São contratos de manutenção de três anos.

Existe algum plano de ampliação do escopo de atuação ou diversificação de atividades?

Nossa estratégia no mercado de óleo e gás é ter um faturamento, no final de 2020, praticamente três vezes maior do que o atual. A nossa parte comercial fica dedicada no Rio de Janeiro e também temos uma equipe prospectando junto às operadoras e empresas de perfuração, com um trabalho muito forte fora da Petrobrás. Em 2016, o faturamento ficou em torno de R$ 100 milhões na relação com a Unidade da Bacia de Campos, sem contar os contratos de onshore. Outra novidade é que em abril vamos inaugurar nosso centro tecnológico no Fundão.

Qual será o foco do centro?

A ideia é desenvolver, em parceria com a UFRJ, projetos de inovação dos clientes, não só da Petrobrás, não só de óleo e gás, mas para todos os clientes da Manserv. Mas não posso adiantar mais informações por enquanto.

Há planos de expansão internacional para além da Argentina? Como estão as atividades por lá?

Hoje, a nossa presença na Argentina é voltada à manutenção predial, mas nossa ideia de ampliar a presença internacional existe. Além da Argentina, há prospecção voltada à Colômbia e ao México, que fazem parte dos planos para 2017.

Fonte: Petronotícias