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Perspectiva é de melhora no desempenho industrial


A produção industrial de Pernambuco registrou uma queda de 9,5% em 2016, um tombo muito acima da média nacional, de 6,6%. No entanto, levantamentos feitos pela Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe) indicam que a confiança do empresário pernambucano neste início de 2017 está acima da média nacional. Segundo Ricardo Essinger, presidente da Fiepe, existe uma percepção no Estado de que os fatores que afetaram duramente a economia pernambucana no ano passado foram superados e o Estado voltará a crescer.

"Fomos muito afetados pela crise na Petrobras, que acarretou a paralisação dos investimentos na Refinaria Abreu e Lima, na Petroquímica Suape e cancelou encomendas no Estaleiro Atlântico Sul ", diz Essinger. "Os mesmos ativos agora são fontes de boas notícias", destaca.

Em dezembro, o Estaleiro Atlântico Sul (EAS) fechou um acordo para fornecer oito embarcações do tipo navio-tanque para a South American Tanker Company Navegação S.A. (Satco), num contrato de R$ 2,2 bilhões. "É uma demonstração de que o EAS está apto a participar de concorrências internacionais.".

Também em dezembro a Petrobras fechou acordo com o grupo petroquímico mexicano Alpek para a venda da Petroquímica Suape e da Companhia Têxtil de Pernambuco (Citepe) por US$ 385 milhões. A venda, por ora, está embargada pela Justiça atendendo uma ação popular que questiona o valor da venda, um nono do total investido.

Na avaliação de empresários e do governo pernambucano, a concretização do negócio é benéfica para o Estado, porque permitirá a conclusão de investimentos e a gestão dos ativos por uma empresa especializada no ramo. A Petroquímica Suape produz resinas PTA e PET. O PTA é insumo para os fios de poliéster produzidos pela Citepe. A fábrica de fios sintéticos, projetada para ser a maior da América Latina, trabalha com menos de 20% de sua capacidade.

"A venda revigorará a Petroquímica Suape e o Citepe e poderá impulsionar cadeias produtivas locais, que dependem desses insumos", diz Raul Henry, vice-governador e secretário de desenvolvimento econômico de Pernambuco.

A Refinaria Abreu e Lima projetada para processar 230 mil barris por dia em dois "trens", unidades de refino, está com seu primeiro "trem" em atividade, produzindo por volta de 100 mil barris diários. Segundo a Petrobras, o investimento só será retomado com a inclusão de um sócio investidor.

Mas a produção de Abreu e Lima já gera bons resultados para a economia do Estado. As vendas internacionais da refinaria junto com os negócios da fábrica de automóveis Fiat Chrysler Automobiles (FCA) foram decisivos para Pernambuco ampliar suas exportações em 35,47% em 2016, somando embarques de US$ 1,4 bilhão.

As boas perspectivas da economia pernambucana também são resultado de um trabalho do governo estadual de atração de novos investimentos. Em 2016, foram fechados 129 contratos, sendo 80 em projetos industriais, que somam R$ 1,8 bilhão. "O valor é três vezes maior do que o registrado em 2015", diz Henry.

Um dos principais negócios fechados é a nova fábrica da Aché. A farmacêutica irá investir R$ 500 milhões em uma unidade industrial de medicamentos do tipo sólido (comprimidos e cápsulas) no Complexo de Suape e um centro de distribuição com inauguração prevista para o fim de 2018.

Para 2017, está prevista a conclusão de um investimento de R$ 600 milhões da Unilever em uma fábrica de alimentos e um centro de distribuição na Zona da Mata Sul e da expansão da fábrica de bebidas da Ambev em Itapissuma, um investimento de R$ 400 milhões. Uma nova etapa de expansão da empresa está sendo discutida com o governo estadual.

Fonte: Valor