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S&P: Brasil deveria fazer precificação de mercado para petróleo local


O diretor global de Desenvolvimento de Mercado da S&P Global Platts, Esa Ramasamy, defendeu na quarta-feira, 22/03, que o Brasil deveria desenvolver um processo de precificação de mercado para o petróleo nacional. "A produção brasileira deveria ser precificada de maneira apropriada", disse, avaliando que, sem uma avaliação adequada do valor do petróleo do País, é difícil atrair investimentos, enquanto um processo de precificação mais "transparente e robusto" permitiria não apenas sustentar a produção brasileira de petróleo, como ajudaria a desenvolver mais o setor.

Ele defende que ao estabelecer um valor de mercado para o preço do petróleo brasileiro haveria menos incertezas para os investidores desembarcarem no País. "Hoje me perguntaram por que o México é mais atrativo para investimentos do que o Brasil. É exatamente por isso: todos sabem o que esperar no México, no Brasil ainda há incerteza", disse.

Para Ramasamy, a criação de processo de precificação do petróleo brasileiro seria uma oportunidade "de ouro" para o País. "Esta é a melhor oportunidade para o Brasil mudar, e mudar para melhor. Se vocês querem continuar com investimentos, se querem que pessoas venham aqui ano após ano olhar os mercados, precisam desenvolver uma prática baseada no mercado", afirmou.

Ele salientou, porém, que para o desenvolvimento de uma precificação robusta é necessário haver abertura ao público rapidamente de todos os dados relacionados com produção de petróleo e de informações estatísticas. Além disso, ele defendeu que o governo brasileiro precisa parar de interferir e "abandonar o controle de preço" e estabelecer leis que protejam os investidores, com uma regulação que crie mecanismos para a resolução de conflito. "Isso é um desenvolvimento de longo prazo, mas se quer fazer, precisa começar agora", afirmou.

Fonte: Estado de Minas