A petroleira colombiana Ecopetrol tem a intenção de participar das rodadas de blocos exploratórios deste ano no país, disse ontem o presidente da empresa no Brasil, João Clark. A companhia, segundo ele, ainda acompanha os desdobramentos da crise política nacional e avalia a lista de áreas ofertadas antes de decidir por participar das próximas licitações, mas está de olho na recomposição de seu portfólio exploratório no país.

"Temos uma decisão estratégica de ter o Brasil como um dos nossos focos de crescimento. Estamos analisando ainda [os ativos], vamos olhar tudo, mas temos interesse no Sudeste, no offshore [blocos marítimos]", afirmou ao Valor.

Para este ano, estão previstas para realização pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) a 14ª Rodada de concessões de blocos exploratórios e mais duas rodadas de partilha do pré-sal.

A Ecopetrol detém, atualmente, três concessões no país: opera 100% do bloco POT-M-567, na Bacia Potiguar, e 70% do bloco FZA-M-320, na Foz do Amazonas; além disso, é sócia da Chevron, com 50% de participação, no CE-M-715, no Ceará.

Segundo Clark, a empresa pretende reduzir sua participação em alguns desses ativos. A intenção é buscar um sócio com quem dividir os investimentos. O executivo, contudo, explica que a petroleira ainda está processando os dados sísmicos das concessões antes de iniciar processo de lançar o data-room e receber propostas.

"Entendemos que esse ainda não é o momento, antes de termos os dados do levantamento sísmico em mãos", disse o executivo da companhia colombiana.

Ele conta também que a empresa não tem previsão de quando iniciará as perfurações nas concessões, todas elas arrematadas em 2013, na 11ª Rodada da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Segundo Clark, a petroleira já não possui a "mesma pressa de antes" para investir nas áreas, já que o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) deu aval para a prorrogação, por dois anos, dos prazos para conclusão da exploração das concessão negociadas naquele leilão.

A Ecopetrol produz 712 mil barris diários de óleo equivalente de petróleo e gás natural, com o foco na Colômbia.

Fonte: Valor