Notícias

Petrobras vai pagar R$ 810 milhões para ficar com 30% de três áreas nos leilões de pré-sal


A Petrobras anunciou na quinta-feira, 25/05, que vai exercer seu direito de preferência em três das oito áreas do pré-sal, que serão leiloadas este ano: a área contígua ao Campo de Sapinhoá, as de Peroba e Alto de Cabo Frio Central, localizadas na Bacia de Santos. Elas serão concedidas em dois leilões no dia 27 de outubro.

A Petrobras deve arcar com R$ 810 milhões em bônus de assinatura, caso as áreas sejam arrematadas pelo valor mínimo previsto em leilão.

Segundo as novas regras do regime de Partilha, a Petrobras tem o direito, antes ou até mesmo durante os leilões, de dizer se tem interesse em ficar com algum percentual das áreas oferecidas. O presidente da Petrobras, Pedro Parente, e a diretora de Exploração e Produção, Solange Guedes, explicaram que todas as oito áreas são interessantes, mas que a escolha foi feita com base no risco e no potencial de retorno dos investimentos. Nessas três áreas, a Petrobras informou que pretende ficar com o mínimo de 30% de participação e ser a operadora.

A diretora Solange Guedes destacou que, no curto prazo, o foco da companhia continua sendo a redução de dívida, mas, no médio prazo, a estratégia é aumentar as atividades exploratórias.

— No médio prazo, buscaremos criteriosamente a abertura de novas áreas exploratórias, intensificando o desenvolvimento da produção do pré-sal — afirmou Solange.

Sapinhoá é hoje o segundo maior campo em operação no país, com produção em torno de 250 mil barris diários. A Petrobras decidiu ficar com fatia de 30% na área contígua (unitizada) ao campo.

Segundo Parente, até o momento a Petrobras não iniciou conversas com qualquer petroleira para formar um consórcio. O executivo ressaltou que, durante o leilão, nada impede que a estatal decida participar de alguma proposta vencedora para outras áreas.

No fim do ano passado, as regras do setor foram alteradas e a Petrobras deixou de ser obrigada a ter participação mínima de 30% em todos os campos do pré-sal. Ao mesmo tempo, foi definido o direito de preferência: ela tem prioridade para informar quais áreas a interessam, independentemente do consórcio vencedor. A empresa pode montar um consórcio para disputar essas áreas, se perder, pode escolher se quer ou não integrar o consórcio vencedor. Nas demais áreas, ela participa do leilão nas mesmas condições que as concorrentes.

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Parente afirmou que, independentemente da crise política, a empresa está focada em seu planejamento estratégico e reafirmou que promete cumprir a meta de levantar US$ 21 bilhões em seu programa de desinvestimento até o fim do próximo ano:

— Estamos trabalhando para cumprir nosso planejamento estratégico. Estes leilões (do pré-sal) têm um calendário que temos de cumprir. Questões relacionadas à área política tem impacto político, nós vamos seguir trabalhando como estamos fazendo. São investimentos de longuíssimo prazo. Não podemos ficar presos a circunstâncias de curto prazo para tomar as decisões que vão assegurar o futuro da empresa daqui a sete, dez ou quinze anos.

Para Rafael Baleroni, da Souza, Cescon Advogados, a escolha das três áreas mostra que a companhia foi seletiva nos investimentos em exploração:


— A Petrobras está escolhendo áreas com uma perspectiva estratégica e financeira para melhor gestão do seu capital e onde terá retorno. E não se pode esquecer que ela pode entrar na disputa pelas demais áreas no momento do leilão.

Carlos Maurício Ribeiro, da Vieira Rezende Advogados, avalia que a seleção foi coerente com a política de redução de dívida:

— A escolha da Petrobras foi responsável e coerente com a situação da empresa. E deixou cinco outras áreas para que outras petroleiras pudessem entrar como operadoras.

Fonte: Globo