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O que é o pré-sal brasileiro?


Embora hoje pareça algo tão óbvio, a semelhança entre as costas da África e da América do Sul só foi explicada pela primeira vez em 1912, quando o meteorologista alemão Alfred Wegener publicou seu livro "A Origem dos Continentes e Oceanos". Esta obra sugeriu pela primeira vez a ideia de que, durante a história geológica, os continentes se moveram e se deslocaram horizontalmente (Teoria da Deriva Continental). O desenvolvimento desta teoria mostrou que, cerca de 150 milhões de anos atrás, África e América do Sul, que faziam parte do supercontinente Gondwana, começaram a se separar (Figura 1).
 
Resumida e simplificadamente, o início da separação entre o que hoje é conhecido como América do Sul e África provocou a formação de vales e depressões profundos, semelhantes aos que vemos hoje no vale do Rift, no leste da África (extensão de 4.830 km), que rapidamente se tornou um enorme lago.
 
É neste momento e neste ambiente lacustre, que as rochas são depositadas e que agora constituem os prolíficos reservatórios que chamamos de "pré-sal brasileiro". Esse nome é dado porque, com o aumento desta separação continental, o mar começou a inundar o vale (Figura 2) e, em condições favoráveis, depositou uma espessa camada de sal.

 

Mais tarde, à medida que a separação dos continentes ia formando o Atlântico Sul e as margens continentais foram afundando sob o peso dos sedimentos, outras rochas foram depositadas sobre o sal.
 
Assim, a espessura de até 10 quilômetros de rochas que preenchem hoje algumas áreas da margem continental brasileira foi efetivamente dividida como uma torta de três camadas, a começar pela base: pré-sal, sal e pós-sal (Figuras 3 e 4)

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O sal tem propriedades diferentes do resto de sedimentos e tende a deformar-se e se mover sob o peso das rochas, formando grandes edifícios que são chamados de "cúpulas salinas". Estas cúpulas podem chegar a vários quilômetros de espessura e, devido à impermeabilidade do sal, constituem o melhor selo para evitar que o petróleo e o gás gerados por rochas mais profundas escapem para a superfície.

Assim, as denominações pré-sal e pós-sal tornaram-se termos técnicos descritivos frequentemente usados para indicar a posição das rochas e acumulações de hidrocarbonetos em relação à camada de sal de vários quilômetros de espessura que divide estas áreas.
 
Grande parte da costa brasileira é dividida em blocos que foram oferecidos em 13 leilões a partir de 1999. Em geral, são áreas inexploradas e possuem uma fase de exploração de cerca de 6 anos, durante a qual a empresa realiza uma avaliação do potencial da área e identifica zonas onde possam existir acumulações de hidrocarbonetos. Depois de avaliadas estas áreas, começa a perfuração que confirma ou não a existência de reservas ou campos de hidrocarbonetos.

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Fonte: José Carballo - Gerente de Exploração da Repsol Sinopec Brasil)