MP-777 pode aumentar juros para financiamento de projetos do setor naval
A diretora do Departamento de Marinha Mercante, Laira Lage, contou que existem tentativas de emendas à MP para impedir um impacto no modelo. Ela ressalta que os recursos do FMM são captados no próprio setor para seu desenvolvimento. Laira lembrou que, de 2007 a 2014, houve significativo crescimento da construção naval do país fomentada pelos financiamentos do FMM, De 2011 a 2014 foi contratado um total de R$ 27 bilhões para projetos do setor. Desde 2015 foram desembolsados mais de R$ 19 bilhões de recursos do fundo.
A tendência é que esses valores diminuam nos próximos anos devido à entrega de embarcações e à falta de novos projetos da construção naval, motivada pela redução de investimentos no setor de exploração e de petróleo, bem como a flexibilização das regras de conteúdo local. "Temos indústria naval pronta para construir em vários pontos do Brasil. O que temos é crise de demanda", afirmou na terça-feira (15;08), durante apresentação na 14ª edição da Marintec South America, no Rio de Janeiro.
Laira observa que os bancos, que já eram rigorosos antes da crise, continuam exigentes. Ela avalia que o fundo precisa dos agentes financeiros, na medida em que o governo não costuma ter a análise de crédito entre suas incumbências. Segundo a diretora, a dificuldade para conseguir o crédito com os agentes, de certo modo, garante sobrevida do FMM. "Se não houvesse essas garantias, o fundo não estaria recebendo e não teria recursos para emprestar no futuro", pondera. Ela ressaltou que o DMM não tem ingerência sobre os critérios adotados pelos bancos repassadores do FMM.
Fonte: Portos e Navios