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Desafios regulatórios brasileiros dão tom ao segundo dia da Marintec


“Existem várias oportunidades para o setor naval internacional. A curva de aprendizagem brasileira nos permitiu produzir em um ano no Pré-Sal o que levou 15 para produzir na Bacia de Campos. Este é um indicativo de que a produção recuperará o seu ritmo e a demanda se restabelecerá não apenas para navios-plataforma, mas para todo tipo de embarcação que atenda ao ciclo de exploração e refino de petróleo e gás”. A afirmação, feita na sessão de debates sobre o futuro da indústria offshore e naval, do segundo dia de realização da Marintec South America 2017, é do diretor de Técnica e Fiscalização do Ministério de Minas e Energia, Paulo Moreira de Carvalho, que falou também sobre os futuros investimentos no Pré-Sal e o impacto na demanda na produção naval.

Carvalho ressaltou ainda que um dos desafios que o país enfrenta é adaptar o marco regulatório de forma a encorajar os investimentos e participação internacional. “Conciliar o ritmo necessário para o desenvolvimento com a imposição de conteúdo local é um desafio importante. Hoje essa é uma exigência limitadora”, disse.

Segundo ele, o MME tem vários projetos que extrapolam o escopo do petróleo, abrangendo também gás e combustíveis, o que também são oportunidades de investimentos. “Os leilões programados devem dar um novo ritmo ao desenvolvimento e produção no país; as indústrias nacional e internacional devem estar preparadas porque agora podemos indicar para o mercado uma projeção de demanda mais acurada, o que sempre foi um pedido das empresas”.

Na sequência, o diretor executivo da Associação de Armadores Noruegueses, Ricardo César Fernandes, lembrou que o país terá 19 novas unidades de produção de petróleo e gás até 2021, “o que é uma grande oportunidade de novos negócios para a indústria offshore. Entretanto, essa perspectiva ainda não impactou o mercado naval. Há de se esperar por modificações no marco regulatório que encorajem as empresas estrangeiras a investirem no país”.

Já o diretor da Maersk Supply Service Latin America, João Paulo Braz, alertou para o fato de o mercado marítimo estar reorganizando-se em termos de oferta e demanda. “A frota mundial excede em quase 50% a demanda por transporte. Além disso, existe um processo de fusões e aquisições que altera a dinâmica da oferta de tonelagem. De qualquer forma, no mercado de petróleo e gás, a produção pré-sal deve superar em breve a do não pré-sal, o que indica que existe uma perspectiva de arrefecimento da demanda para a cadeia de fornecedores da indústria naval”.

Espaço Inovação - A Cummins Marine, maior fabricante global e independente de motores a diesel, foi um dos destaques do segundo dia de palestras do “Espaço Inovação” da Marintec, local destinado e reconhecido por antecipar as tendências de mercado e por evidenciar o que há de mais moderno e inovador na atualidade para a indústria naval.

“Sistemas de Propulsão Marítima Assistida Hibridamente” foi o tema da palestra ministrada por Eric Marini, gerente de Produtos da Cummins Marine no “Espaço Inovação”. “Aumentamos nossos esforços para oferecer produtos de eletrificação para este setor, com a entrega dos nossos sistemas que incluem baterias elétricas e plugins híbridos previstos para 2019”. A Cummins já sinalizou suas intenções para ser líder no fornecimento de powertrain eletrificado, não somente no setor naval, mas sim em todos os mercados onde atua, comercial e industrial.

Durante os três dias de evento, empresas consolidadas, nos cenários nacional e internacional, apresentam no Espaço Inovação suas novas tecnologias e soluções ao setor e trazem conteúdos de alto nível sobre sistemas de automação, de comunicação à bordo, construção, manutenção preventiva, navegação, propulsão marítima, vedação de pipings e muitas outras tecnologias aplicadas ao mercado marítimo e offshore serão exibidas. Entre os palestrantes, executivos e técnicos de empresas como Aveva, Cummins, JRC do Brasil, Mareste, Marine Express, Metalock Brasil, Navetron, Roxtec, Sotreq e Wärtsilä.


Inovações do Reino Unido no mercado marítimo também são destaques nesta quarta

Outro evento que marcou o segundo dia de Marintec foi organizado pelo governo britânico. A “Sessão de Inovação do Reino Unido no Setor Marítimo” reuniu importantes players internacionais para tratar de novas tecnologias para o mercado brasileiro e incentivar o fomento de parcerias estratégicas entre os países.

O lançamento do programa de educação profissional para compras e suprimentos para a indústria marítima, promovido pela Associação Internacional dos Compradores Marítimos (IMPA), instituição com sede na Inglaterra, deu início à rodada de inovações. Segundo o representante da associação no Brasil, Ismael Santos, o programa visa atender todos os profissionais da cadeia de suprimentos, com cursos online que possuem até 12 meses de duração.

“Nos cursos os colaboradores têm a oportunidade de aprender sobre diversas vertentes deste segmento, como gestão logística, gerenciamento de recursos humanos, planejamento logístico estratégico, entre diversos outros temas”, afirma.

Santos ressalta que esta não é a única iniciativa do IMPA para o mercado nacional. Há ainda treinamentos presenciais voltados para o mercado marítimo: “Em 2016 promovemos a primeira turma deste treinamento específico. A adesão foi tão grande que vamos repetir esta ação em 2018, em que atenderemos uma nova turma em março”, acrescenta.

A Petrobras também participou da sessão promovida pelo Reino Unido e destacou o objetivo da companhia em aumentar as contratações de embarcações de apoio marítimo e offshore. De acordo com o gerente setorial de Gestão Logística Petrobras, Diego Moreira, a companhia estuda há algum tempo substituir os helicópteros que transportam os colaboradores até as plataformas offshore por embarcações que façam o mesmo, pois as aeronaves têm custos muito altos.

Outra estratégia anunciada pela Petrobras no evento é a de investir em embarcações que façam o transporte de todos os tipos de cargas ao mesmo tempo. “Estamos caminhando para um momento do mercado que exige embarcações cada vez maiores, de forma em que se faça um número cada vez menor de viagens, mas com o dobro ou mais de cargas transportadas do que nos dias atuais”.


Visitantes reforçam importância da feira

Tradicional ponto de encontro da indústria naval, em 2017 a Marintec atraiu um seleto grupo de empresários no segundo dia de feira, que compareceram ao evento para estreitar relações com fornecedores de equipamentos, tecnologia e serviços para a construção naval. Entre os visitantes, representantes de estaleiros, companhias marítimas, empresas que abastecem a demanda de portos e terminais, entre outros.

O diretor Comercial da Rockfibras, Marco Navarro, que todos os anos frequenta a Marintec, ficou surpreso com o potencial de negócios da edição 2017. “Há uma década que venho à Marintec, pois este é o evento onde encontro potenciais clientes de nossos serviços. Esta é a feira mais relevante para avaliar o termômetro da indústria naval”, disse o executivo da empresa fabricante de isolantes térmicos e acústicos a base de lã de rocha e silicato de cálcio.

Sócio-diretor da Paranaguá Port, empresa fornecedora de soluções ao segmento portuário, Eduardo Leite conta que, além de encontrar na feira possíveis parceiros comerciais, conseguiu aproveitar o ambiente propício à geração de negócios para ampliar sua carteira. “Esta foi a minha primeira vez na Marintec, com o objetivo de conhecer as novidades do mercado e de prospectar. Gosto do que vejo e estou confiante que vamos até mesmo ampliar nossa carteira de clientes a partir dos contatos iniciados no evento. Pretendemos retornar nos próximos anos”, afirma.

Quem também esteve pela primeira vez na feira foi o técnico Industrial do estaleiro Enseada Indústria de Naval, Ricardo dos Santos. “Nunca tinha vindo à Marintec e foi uma experiência incrível, principalmente pelo fato de que aqui tive a oportunidade de ver as novidades que as empresas oferecem ao mercado. A organização está de parabéns, pois é difícil manter algo desse nível na realidade atual do setor”, ressaltou Santos.


Expositores mostram-se confiantes com a retomada de negócios

“Este é o terceiro ano consecutivo que viemos à Marintec e é essencial estarmos presentes. A feira para nós é a melhor forma de ampliar nossa base de clientes no setor, além de nos dar visibilidade e a oportunidade de pulverizarmos o conhecimento a respeito de nosso campo de atuação, que são as soluções para filtragem de óleos combustíveis”, destaca o diretor comercial da Teknofil, Eduardo Bonici.

Já a executiva de Vendas da Gyromarsat, Andressa Lemos, reforça a qualidade de networking e visitação. “Sempre temos a oportunidade de fechar negócios durante a Marintec e neste ano não será diferente. Apesar do mercado retraído, o segmento de telecomunicações tem uma demanda constante”, afirma, referindo-se ao papel estratégico que o segmento tem para a indústria naval.

Quem também mostra-se satisfeito com o evento é o gerente da MAN Diesel e Turbo, Marc Berger. “Nosso objetivo na feira é fortalecer o networking com os principais intervenientes do mercado e para nós a Marintec funciona muito bem. Já são dez anos participando do evento e ao longo desse percurso tivemos a oportunidade de fechar diversos negócios aqui, como quando negociamos um contrato com a Transpetro há alguns anos”. Além do portfólio completo de produtos e serviços, a MAN anunciou na Marintec a parceria com o CEAG (Curso de Especialização em Administração para Graduados), da FGV (Fundação Getúlio Vargas), que tem como objetivo oferecer treinamentos práticos para os profissionais do setor.

Oportunidade - Profissionais da indústria naval têm até amanhã, 17, para conferir as novidades que mais de 350 marcas, nacionais e internacionais, trouxeram para esta 14ª edição da Marintec South America, que acontece no Centro de Convenções SulAmérica, no Rio de Janeiro (RJ).

É a oportunidade, também, de participar gratuitamente dos seminários, workshops e treinamentos que acontecem durante este último dia de feira.

Quem busca qualificação pode ainda aproveitar o treinamento da RINA “Introdução ao gerenciamento de Água de Lastro”, que acontece a partir das 18 horas, e é voltado para profissionais do setor marítimo, gerentes e coordenadores de frota, operadores, engenheiros e arquitetos navais, agentes marítimos e profissionais interessados no tema.

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Treinamentos presencial e online:

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Fonte: Conteúdo Empresarial – Comunicação Integrada