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Novo estudo da FIRJAN revela vendas de U$ 3,2 bilhões em plataformas do Rio para países da Europa e Ásia


O Rio de Janeiro vive uma crise sem precedentes, a pior de sua história. E isso, reflete, evidentemente, nas empresas fluminenses do setor de óleo e gás. Contudo, apesar das dificuldades, um novo estudo elaborado pela Firjan comprova que, apesar dos obstáculos que o Estado vive, a indústria nacional não está morta e conquista contratos no exterior. O documento de 76 páginas revela parceiros importantes – os Países Baixos, Singapura e Suíça, que totalizaram US$ 3,2 bilhões em compras de plataformas e outros flutuantes. A nação europeia foi o principal destino das exportações de produtos (exceto petróleo) do Rio em 2016, com um grande destaque para plataformas. De acordo com a pesquisa, o país comprou do estado um total de US$ 923 milhões em plataformas de perfuração ou de exploração, dragas e demais flutuantes. Esse valor representa quase 47% de tudo que os neerlandeses importaram do Rio no ano passado.

Outro produto que foi bem nas exportações fluminenses para os Países Baixos foram os tubos flexíveis, de ferro ou aço, que totalizaram US$ 596 milhões – uma alta de 50,6% na comparação com 2014, último ano em que a pesquisa foi realizada. Os números revelam o potencial e a força das empresas do Rio, mas na visão do presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira (foto), é preciso mais para que o produto brasileiro seja valorizado no mercado externo. “O aprimoramento do ambiente de negócios é fundamental para permitir a inserção do país nas cadeias globais de valor. Vale ressaltar que o Brasil, apesar de 9ª economia mundial, apresentou resultados pouco satisfatórios no comércio internacional. Em 2016, participou com apenas 1% do comércio mundial, sendo o 28º país no ranking de transações de bens“, disse o executivo.

Já em relação aos números de Singapura, a especialista em Comércio Exterior da Firjan Internacional, Claudia Teixeira dos Santos, detalhou os dados para o Petronotícias: “Também tiveram destaque as exportações para Singapura (US$ 1,6 bilhão), segundo principal destino dos produtos fluminenses, sobretudo em virtude das exportações de plataformas flutuantes“. A executiva afirmou que essas embarcações corresponderam a 93% (US$ 1,5 bilhão) dos negócios firmados entre o Rio de Janeiro e o país asiático ao longo de 2016.

“Vale mencionar que tais vendas são consideradas operações de exportação ficta e fazem parte da cadeia de óleo e gás. Essa exportação ficta é a operação que consiste no despacho aduaneiro de exportação e o consequente despacho aduaneiro de importação de mercadoria sem saída do país, isto é, uma operação de venda externa destinada ao próprio território brasileiro em casos especiais determinados por lei, especialmente para o setor de óleo e gás“, explicou Claudia. O lentamento revelou também que a Suíça comprou US$ 807 milhões em plataformas de perfuração ou de exploração, dragas e demais flutuantes.

Por fim, o presidente da Firjan destacou que a pesquisa demonstrou uma série de questões prioritárias a serem tratadas pelos agentes que regulamentam o comércio exterior. “Pela quarta edição consecutiva [do estudo], a burocracia aduaneira foi apontada pelas empresas fluminenses como o  maior entrave ao comércio exterior“, afirmou.

OBRAS INDO PARA A CHINA, MENOS EMPREGOS PARA O BRASIL

Enquanto isso, o movimento de levar obras importantes para a China já deu resultados – e, infelizmente, o saldo só é positivo para os asiáticos e seus estaleiros, enquanto que o Brasil perde a oportunidade de gerar vários empregos no setor naval. O estudo aponta que de 2014 para 2016, houve um aumento de 65% nas importações de plataformas chinesas, como detalha a tabela abaixo, retirada do estudo:

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tabela1

Como se sabe, a Petrobras tem optado por levar obras à China envolvendo plataformas de petróleo, como os casos da P69 e P70, que foram transferidas de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, para estaleiros chineses.

Ainda falando da China, o país asiático é o principal comprador de petróleo produzido no Rio, totalizando US$ 3,2 bilhões em 2016.  “No comércio exterior de petróleo em 2016, houve recuo de 38% da receita de exportação (US$ 8 bilhões) em relação a 2014, sobretudo devido ao preço do barril de petróleo, que chegou a atingir valor abaixo de US$ 30/barril. Em contrapartida, em termos de quantidade, o Rio exportou volume recorde de petróleo bruto (231 milhões de barris), 53% a mais que em 2014. Os principais destinos foram China (41%), Estados Unidos (12%) e Chile (12%)“, detalhou Cláudia.

Fonte: Petronotícias