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OTC Brasil corre perigo


A realização da OTC Brasil está em perigo. A falta de apoio da Petrobras, da ONIP e do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP) pode derrubar a força do evento que vem pela primeira vez ao Brasil e já parece chegar mambembe. Com toda a estrutura americana e o know-how trazidos de Houston, a empresa organizadora talvez tenha  esquecido a etiqueta necessária ao desembarcar em terras alheias. Por aqui, as instituições oficiais reagiram com desprezo.

No Brasil, o setor de petróleo e gás é extremamente dependente da Petrobras. Seja direta ou indiretamente. E todos sabem disso. Uma feira internacional sediada no país com o intuito principal de promover parcerias para o Pré-sal, que não leve em conta quem mais tem influencia no setor área, está fadada a poucos resultados para ela e para os que vão expor suas marcas no evento.

A Petrobras confirmou que não apoiará e nem participará do evento, mas “não está comentando o assunto”, A ONIP também não, pois “o evento não faz parte do seu calendário de apoio”, e o IBP já disse que não apoiará a conferência, mas também não quis comentar o assunto, limitou-se a dizer que “não tem motivo”, e que o Instituto não apóia todos os eventos do setor. Seriam declarações aceitáveis se falássemos de uma feira sem muita prospecção, surgindo ainda com as pernas bambas. Porém não é o caso. A OTC Brasil é filha da OTC Houston, o maior evento do mundo que trata de offshore. A vinda de uma estrutura como essa, com o peso do nome que carrega desde 1969, quando surgiu, seria uma grande oportunidade, e o IBP, a ONIP e a Petrobras têm consciência disso. Provavelmente seria do interesse deles participar e figurar entre os apoiadores da conferência, mas o que parece estar nas entrelinhas é que o visitante chegou para o almoço, sentou na cabeceira da mesa e esqueceu de cumprimentar o dono da casa.

A OTC tem importância, mas, mesmo sendo merecida a sua fama, se vier ao Brasil fazer uma conferência que se pretende grandiosa e não tiver a Petrobras apoiando, o impacto será quase nulo. A feira está marcada para o início de outubro e o setor está interessado no encontro, mas algumas empresas já parecem dar sinal de insegurança. A organização do evento precisa  analisar a situação com bastante cuidado, pois talvez ainda dê tempo de reverter o quadro.

Fonte: Petronotícias