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Marinha: há vagas no mercado de trabalho até debaixo d’água


Construção de submarinos viabilizados pelo Acordo Estratégico Brasil-França promete gerar pelo menos 46 mil empregos diretos e indiretos no Estado nos

Esta semana a Marinha do Brasil deu partida nas atividades de construção de cinco submarinos, que foram viabilizados pelo Acordo Estratégico Brasil-França que originou o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) da Marinha do Brasil.
O programa dos submarinos vai gerar mais de 9 mil empregos diretos e outros 27 mil indiretos, durante a fase de construção. Projeta-se para o período de construção dos submarinos, apenas na área de construção naval militar, a criação de cerca de 2 mil empregos diretos e 8 mil indiretos permanentes.

Além da fabricação dos submergíveis, o Prosub contempla a construção de um estaleiro e de uma sofisticada base naval para abrigar as embarcações. As obras, que serão realizadas pela Construtora Odebrecht, incluem também a instalação de uma Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (Ufem), ao lado da Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep), estatal encarregada de produzir as seções cilíndricas que formarão os corpos dos submarinos.

O local escolhido para as novas instalações foi a Ilha da Madeira, localizada no município de Itaguaí, na região metropolitana do Rio de Janeiro, que fica a cerca de 70 quilômetros da capital do Estado. Da parceria, foi constituída uma nova empresa, a Itaguaí Construções Navais (ICN), da qual a Marinha do Brasil detém direito de veto sobre as decisões.

Empregos – De acordo com o gerente administrativo e financeiro da Odebrecht, Antônio Ibarra, hoje, as obras do Estaleiro e Base Naval do Programa de Desenvolvimento de Submarinos da Marinha do Brasil, contam com 3,2 mil trabalhadores.

"Até o final do ano, o efetivo de trabalhadores aumentará para 5,3 mil. Em 2012, o pico deve atingir 7 mil trabalhadores e, em 2013, 9 mil", projeta.

Inscrições para 778 técnicos
A partir de 1º de agosto estarão abertas as inscrições para candidatos a 778 vagas de nível médio técnico completo na Marinha. Podem se candidatar brasileiros de ambos os sexos, que desejem ingressar no Corpo Auxiliar de Praças (CAP) da Marinha do Brasil. Parte do efetivo vai trabalhar na nova base naval.

Entre os requisitos para inscrição estão ser brasileiro nato, ter entre 18 e 24 anos de idade, concluído o curso técnico de nível médio relativo à especialidade a que concorre e estar registrado no órgão fiscalizador da profissão. O edital está disponível no www.ensino.mar.mil.br. As inscrições poderão ser feitas no endereço eletrônico ou em uma das Organizações Militares da Marinha, distribuídas em todo o território nacional.

As oportunidades são para as áreas de Administração, Administração Hospitalar, Contabilidade, Desenho de Arquitetura, Desenho Mecânico, Estatística, Edificações, Eletrônica, Eletrotécnica, Enfermagem, Estruturas Navais, Geodésia e Cartografia, Gráfica, Higiene Dental, Metalurgia, Meteorologia, Mecânica, Motores, Nutrição e Dietética, Patologia Clínica, Processamento de Dados, Prótese Dentária, Química, Radiologia Médica, Secretariado e Telecomunicações.

Os candidatos realizarão provas de conhecimentos profissionais e redação. Os aprovados passarão pelo Curso de Formação de 17 semanas, no Centro de Instrução Almirante Alexandrino (CIAA), no Rio, quando terão vencimentos mensais de aproximadamente R$ 800, alojamento, alimentação e assistência médico-odontológica.

Após aprovação no Curso de Formação, serão nomeados Praças da Marinha do Brasil, na graduação de Cabo, e receberão salário inicial de R$ 2,2 mil. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone 2104-6006 ou diretamente no site onde são feitas as inscrições.

O diretor de ensino da Marinha, vice-almirante Ademir Sobrinho, ressalta que os maiores atrativos da Marinha são estabilidade e ascensão profissional. Para ele, com a transferência de tecnologia prevista no acordo com a França, novas oportunidades devem ser criadas na Força.

"Em breve teremos uma seleção para mais engenheiros que tenham interesse em trabalhar na construção dos submarinos. Será uma oportunidade interessante para o jovem poder participar desse momento de crescimento do país", opina.

Para ele, as principais atividades com oportunidades em aberto são carpinteiro, pedreiro, armador, encanador industrial, mecânico, soldador, pintor, eletricista e operador de guindastes.

"O maior desafio é conseguir recrutar um número tão elevado de profissionais em um período tão curto.

Mesmo assim, hoje, quase a totalidade dos trabalhadores são moradores da região de Itaguaí. Isso só foi possível pelo Programa Acreditar, um programa de qualificação profissional continuada, desenvolvido pela Odebrecht, em parceria com a Marinha do Brasil, que forma profissionais para atuar no setor de construção", diz Ibarra.

Ele explica ainda que o participante recebe treinamento específico na área pretendida com aulas práticas, inclusive em simuladores.

Indústria – Ainda pelo acordo, os franceses terão de repassar know how para determinadas indústrias fabricarem no Brasil itens usados nos submarinos.

De acordo com a Marinha, cada um dos submarinos a ser produzido no Brasil deve contar com mais de 36 mil itens produzidos por mais de 30 empresas brasileiras. Entre esses equipamentos estão quadros elétricos, válvulas de casco, bombas hidráulicas, motores elétricos, sistema de combate, sistemas de controle, motor a diesel e baterias especiais de grande porte, além de serviços de usinagem e mecânica.

O Programa Acreditar, da Odebrecht, contribui com a formação de profissionais capacitados para atuar de uma forma geral no mercado, gratuitamente. As inscrições para novas turmas serão abertas no início de 2012. Os interessados podem acompanhar o andamento das oportunidades pelo site www.odebrecht.com.br.

Fonte: O Fluminense