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Petroleiras se expandem novamente após perderem 440 mil empregos


Indústria deve ampliar investimento pela primeira vez em três anos, segundo consultoria

Mais de três quartos dos 440.131 empregos do setor de petróleo eliminados em todo o mundo até o fim de 2016 vieram das provedoras de serviços a campos de petróleo, de empreiteiras especializadas em perfuração e de fabricantes de equipamentos, disse John Graves, cuja empresa de Houston assessora acordos do setor de petróleo e gás com auditorias e due diligence. Ele acompanha os anúncios de demissões de todos os segmentos do setor de petróleo desde o início da crise, em meados de 2014. Cerca de um terço dos cortes ocorreu nos EUA, estima Graves.

As empresas petroleiras estão começando a recontratar trabalhadores à medida que adicionam sondas aos campos de xisto da América do Norte para tirar vantagem dos preços do petróleo acima de US$ 50 o barril. Após cortes de investimentos sem precedentes nos últimos dois anos, as empresas de exploração deverão ampliar as despesas de capital em 7% neste ano, escreveu David Anderson, analista do Barclays, na segunda-feira, em nota a investidores.

O número de trabalhadores dos EUA empregados no setor de extração de petróleo e gás aumentou ligeiramente após atingir o menor patamar em cinco anos em julho, segundo o Escritório de Estatísticas de Trabalho do país.

“O agressivo corte de custos desta crise reverteu boa parte da inflação relacionada aos empregados e à expansão urbana”, disse Anderson na nota. “A redução da mão de obra qualificada, que migrou para setores menos cíclicos e com emprego mais seguro, renda mais estável e melhor equilíbrio entre vida e trabalho, poderia criar uma inflação de custo e um gargalo para uma recuperação acentuada.”

Depois que as quatro maiores empresas de serviços do mundo gastaram US$ 3,12 bilhões com demissões nos últimos dois anos, o setor está bastante ciente da pesada dependência em relação à mão de obra nos campos de petróleo, disse Art Soucy, presidente de produtos e tecnologia da Baker Hughes, no mês passado, em reunião com investidores.

A nova estimativa de Graves para os cortes de empregos é 25% maior que a de outro relatório emitido por ele em maio, quando o total de cortes de funcionários chegou a 350 mil durante a crise.

As empresas de exploração e produção, que contratam as companhias de serviço para perfurar seus poços, foram responsáveis por 90.480, ou 21%, das demissões, disse Graves na segunda-feira. As empresas do setor de refino responderam por apenas 3% da redução da mão de obra.

O West Texas Intermediate, referência do petróleo dos EUA, quase dobrou desde o patamar mínimo atingido em fevereiro do ano passado. As empresas de exploração dos EUA já adicionaram mais de 100 sondas desde setembro.

Fonte: O Globo