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Petrobras prevê encerrar 2018 com dívida líquida 19% menor


A Petrobras prevê que sua dívida líquida terminará o ano de 2018 em US$ 69 bilhões. O dado consta de apresentação do “Petrobras Day”, evento voltado a investidores realizado nesta segunda-feira (10), em São Paulo, com a presença do presidente da estatal, Ivan Monteiro.

Frente a 2017, a queda seria de 18,8%. Além disso, seu fluxo de caixa livre é estimado em US$ 15 bilhões durante 2018, 7,9% a mais do que no ano passado.

Essas projeções estão em linha com a meta de alavancagem financeira da companhia, que é de 2,5 vezes o índice de dívida líquida sobre lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês). Em junho, a alavancagem era de 3,23 vezes, ou 2,86 vezes excluindo os recursos usados para resolver a ação coletiva nos Estados Unidos.

Na apresentação, a estatal também confirma a meta de produzir 2,7 milhões de barris de óleo equivalente (boe) por dia em 2018. Só de petróleo no Brasil, seriam 2,1 milhões de barris diários. No ano passado, a produção foi de 2,8 milhões de boe por dia no total e de 2,2 milhões de barris no Brasil.

De acordo com a companhia, seu caixa disponível no fim de agosto era de US$ 19,6 bilhões, sendo US$ 5,5 bilhões em linhas de crédito compromissadas. Com o reperfilamento das dívidas, o cronograma de vencimentos até 2021, que previa pagamentos de US$ 64,6 bilhões, passou a ter US$ 17,2 bilhões em obrigações.

A Petrobras afirmou ainda na apresentação que segue perseguindo os preços internacionais do diesel, apesar do congelamento durante quase três meses, com subsídio do governo. Essa subvenção permitiu continuar com um prêmio frente à cotação no Golfo do México.

Quanto ao pré-sal, a empresa reuniu informações da Bain & Company, da Rystad Energy, da Agência Internacional de Energia (AIE) e do Departamento de Energia dos Estados Unidos para colocar o custo de equilíbrio desse tipo de petróleo brasileiro como o terceiro mais competitivo, atrás apenas da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e das melhores operações dos Estados Unidos.

Diesel

Ivan Monteiro disse que a companhia estuda criar um mecanismo de hedge para o preço do diesel, nos moldes do anunciado na semana passada para a gasolina. Porém, nenhuma decisão foi tomada ainda.

Os estudos, diz o executivo, estão na fase preliminar. “Vamos olhar para a experiência da gasolina para decidir”, afirmou o executivo, em entrevista coletiva após o "Petrobras Day".

PetroAfrica, TAG e Braskem

Segundo Monteiro, as discussões sobre venda da PetroAfrica, que tem como sócios o BTG Pactual e a Petrobras, têm evoluído positivamente.

Como a Petrobras e o BTG compartilham o controle da PetroAfrica na proporção de 50% cada um, a liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspende a venda de estatais sem aval do legislativo não impede a concretização do negócio, disse o executivo.

O mesmo não vale para a Transportadora de Gás Associada (TAG), que reúne gasodutos da companhia no Norte e Nordeste, cujo processo de venda continua suspenso. “Discussão sobre venda de ativos na África está em andamento, qualquer novidade vamos anunciar ao mercado”, disse Monteiro.

Em relação à venda da Braskem, o presidente da estatal afirmou que a Petrobras ainda aguarda a conclusão das negociações entre a Odebrecht, controladora da petroquímica, com a holandesa LyondellBasell. Segundo ele, a estatal vai avaliar os termos de um eventual acordo para decidir se exercerá ou não o direito a venda conjunta (tag along).

Fonte: Valor