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Petrobras corre para expandir rede interna


Imagens do presidente Luiz Inácio Lula da Silva vestido de macacão laranja (uniforme usado pelos funcionários da Petrobras) e com uma solda na mão - para simular a construção dos primeiros tubos - tornaram-se freqüentes nas últimas semanas. Em junho, a Petrobras lançou, sempre ao lado de Lula, o início das obras de pelo menos dois importantes gasodutos programados para o País - o Urucu-Manaus e Cabiúnas-Vitória, que irão demandar investimentos totais de US$ 842 milhões e US$ 500 milhões, respectivamente.

Além desses dois empreendimentos, a Petrobras tem programado diversos outros projetos para expansão da rede nacional de gasodutos, hoje considerada por analistas bastante incipiente em relação ao grande potencial de crescimento da demanda pelo energético extraído do solo brasileiro. A maioria dos projetos tem entrega prevista para 2007 e 2008. Essas datas se encaixam com o período em que a Petrobras espera elevar a oferta local de gás natural, conforme o plano de antecipação da produção divulgado em meados de maio pelo governo federal, em resposta à crise na Bolívia.

A meta é aumentar, até o fim de 2008, a produção interna em mais de 24 milhões de metros cúbicos diários, passando dos atuais 15,8 milhões de metros cúbicos por dia para cerca de 40 milhões de metros cúbicos - volume antes esperado para ser alcançado em sete anos.

Para o consultor Humberto Viana Guimarães, o Brasil tem pressa para inaugurar os gasodutos internos - na esteira dos problemas gerados com a Bolívia - porque seguiu uma "estratégia errada" em relação setor. "Todos os envolvidos no setor sabiam que não podíamos ficar na mão de um único fornecedor de gás", critica, referindo-se à forte dependência do insumo boliviano. Porém, o consultor enxerga um ponto positivo da crise com a Bolívia: "A estatização das reservas bolivianas pelo menos tirou o governo atual da letargia em relação à construção dos tão necessários gasodutos".

Fonte: Gazeta Mercantil/Denis Cardoso