“Os próprios técnicos da Petrobras reconhecem que a região de Sepetiba está saturada e que não comporta mais empreendimentos do porte da refinaria projetada para o estado do Rio, porque lá já tem grandes empreendimentos montados. Estão montando lá um complexo industrial muito forte”. A declaração é do secretário Executivo da Ompetro, Luiz Mário Concebida, futuro secretário Extraordinário para Instalação da Refinaria. Ele destaca que já existem grandes impactos ao meio ambiente na área de um milhão de metros quadrados, que a Prefeitura de Itaguaí oferece para a instalação da refinaria petroquímica, que vai produzir produtos nobres para a indústria petroquímica de transformação.

Enquanto isso, Campos oferece região industrial com área de sete milhões de metros quadrados, situada entre Ferrovia e rodovias estadual e federal. Luiz Mário acrescenta que a região de Guriri oferece, ainda, outras vantagens em relação a Itaguaí: “a nossa malha rodoviária é mais próxima da área que o prefeito Alexandre Mocaiber vai disponibilizar para o empreendimento, nós já temos uma ferrovia que liga os portos de Tubarão (Vitória) e de Praia Formosa (Rio), enquanto lá eles tem uma ferrovia da MRS, bem mais distante”, apontou Concebida.

Produtos nobres - “A Petroquímica planejada para o estado do Rio é um projeto mais grandioso e interessante pelo ponto de vista estratégico que a refinaria de Pernambuco. Ela vai produzir óleo diesel, xileno, polietileno, e outros produtos nobres, cada vez mais utilizados em todo o mundo na produção de automóveis, caminhões, computadores, canetas, brinquedos, eletrodomésticos e uma série de outros produtos”, informou Luiz Mário.

A existência do pólo de formação de mão de obra especializada para o setor petroquímico está em Campos e, segundo Luiz Mário, este é um dos fatores que devem contribuir para a decisão da microlocalização da refinaria.

“Campos tem uma capacidade enorme para formar pessoal qualificado, porque aqui temos as escolas técnicas estaduais e federais, temos as universidades de formação técnica e científica para o setor de petróleo, e é claro que isso tem que ser levado em conta”, analisa Concebida, que já vem trabalhando pela Prefeitura de Campos no sentido de atrair empresas interessadas na Refinaria do Norte Fluminense.

Decisões equivocadas – Luiz Mário observa que o argumento de que Itaguaí está muito mais perto do Rio, não conta como ponto positivo.

“Congestionar mais as grandes cidades gera mais violência. A violência não é resultado apenas de decisões políticas, mas pode ser também por decisões técnicas equivocadas, cujos resultados e efeitos sociais vão surgir lá na frente. Eles precisam de porto, porque o que existe lá não dá para atender a demanda de uma refinaria. Aí ficamos em condições de igualdade, porque temos áreas disponíveis para construir até mais de um porto. Mas nós temos uma malha de dutos próximas da área de Guriri, que pode transportar o petróleo, com custo muito inferior; Itaguaí tem ainda uma limitação muito grande em relação a área: de um lado está a cidade, no outro, o mar. Mas Campos tem área para um complexo petroquímico e ainda áreas de proteção, que no futuro ainda cederá glebas para novas indústrias, sem nenhum problema estratégico”, observou Luiz Mário Concebida.

Fonte: SeCom - Campos