Bacia de Campos

A UN-BC

Roncador


Campo petrolífero de Roncador

O Campo de Roncador, localizado na área norte da Bacia de Campos, a cerca de 125 km do Cabo de São Tomé, foi descoberto em outubro de 1996, com a perfuração do poço 1-RJS-436A.

O Campo de Roncador possui uma área de 111 km² e está sob uma lâmina d'água (LDA) que varia de 1.500 a 1.900 metros.

Devido à extensão de sua área e ao grande volume de hidrocarbonetos existente, o desenvolvimento da produção de Roncador foi planejado para ocorrer em módulos, num total de 4. O óleo de cada um desses módulos possui diferentes densidades, distribuídas da seguinte forma:

Módulo 1A - 28º a 31º API
Módulo 2 - 18º API
Módulo 3 - 22º API
Módulo 4 - 18º API

A produção do campo teve início em 23 de janeiro de 1999, quando o navio de produção de posicionamento dinâmico (DP FPSO) SEILLEAN foi interligado ao poço 1-RJS-436A por um sistema pioneiro de completação submarina, que representou, à época, recorde mundial de lâmina d'água: 1.853m. Em março de 2001 esse sistema piloto de produção foi transferido para poço 9-RO-20-RJS, localizado no Módulo 3 de Roncador, onde permaneceu até maio de 2002, produzindo cerca de 15.000 bpd.

Em maio de 2000 entrou em operação o Sistema de Produção do Módulo 1 de Roncador. Composto pela unidade de produção semi-submersível (SS) P-36 e pelo navio de estocagem (FSO) P-47, esse sistema foi projetado para ter um total de 28 poços, sendo 21 produtores e 7 injetores de água.

As inovações tecnológicas aplicadas pela Petrobras na implantação do Sistema Piloto de Roncador e no Sistema de Produção do Módulo 1 renderam à companhia o Distinguished Achievement Award da OTC 2001.

Após o acidente com a plataforma P-36, em 15 de março de 2001, que resultou no seu afundamento 4 dias depois, a concepção de desenvolvimento de Roncador foi revista e o Módulo 1 foi rebatizado como Módulo 1A, passando a ser dividido em 2 fases. A Fase 1, concebida como uma solução de curto prazo para a retomada da produção do campo, foi composta inicialmente por 8 poços produtores, além do poço produtor RO-42, do Módulo 2 , e 3 injetores interligados a uma unidade de produção do tipo FPSO.

Esse FPSO, denominado FPSO-BRASIL, foi afretado à empresa SBM - Single Buoy Moorings Inc. e convertido em tempo recorde, tendo retomado a produção dos poços que estavam interligados à P-36 em 8 de dezembro de 2002, menos de 20 meses após o acidente ocorrido com a plataforma, com as seguintes características:

  • Capacidade de processamento de óleo              100.000 bpd
  • Capacidade de compressão                               5,0 milhões de m³/d
  • Capacidade de injeção de água                          15.000 m³/dia
  • Estocagem                                                         1,7 milhão de barris
  • PDA                                                                  1.290 m

Atualmente o projeto da Fase 1 do Módulo 1A de Roncador é composto por 7 poços produtores, sendo 6 do Módulo 1A e 1 do Módulo 2, todos com suas linhas de produção de óleo conectadas diretamente ao FPSO-BRASIL, e 4 deles com suas linhas de gas-lift conectadas a um manifold submarino de gas-lift (MSGL-RO-01). Esse equipamento apresenta a vantagem de diminuir a carga sobre o FPSO ao permitir que apenas uma linha de injeção de gás possa ser ramificada para atender a mais de um poço, além de possibilitar, de subsuperfície, o comando eletro-hidráulico das válvulas de cada poço individualmente, a partir de sistemas de controle instalados diretamente no manifold. A injeção de água é feita através de dois poços satélites, também interligados ao FPSO-Brasil.

O óleo produzido é armazenado no FPSO e, periodicamente, é transferido para um navio aliviador. Um gasoduto escoa o gás para o continente, através das Plataformas de Namorado 1 (PNA-1) ou Garoupa (PGP-1). O FPSO BRASIL permanecerá em Roncador até 2012, quando então será feito o remanejamento de seus poços para a unidade de produção da Fase 2 do Módulo 1A, com exceção de dois deles, que devem ser remanejados no final de 2008: RO-17 para P-52 (Módulo 1A - Fase 2) e RO-50 para P-54 (Módulo 2).

A Fase 2, etapa de conclusão do Módulo 1A, entrou em produção em 23/novembro/2007 e compreende a utilização de uma unidade do tipo semi-submersível (SS), denominada P-52, com as seguintes características:  

  • Capacidade de processamento de óleo        180.000 bpd
  • Capacidade de compressão                         9,3 milhões de m³/d
  • Capacidade de injeção de água                  48.000 m³/dia
  • PDA                                                          1.800 m 

Vinte e nove poços serão interligados à plataforma, sendo 18 produtores e 11 injetores de água.

A exportação de óleo da P-52 é feita através de dutos submarinos a serem interligados a uma plataforma fixa situada em águas rasas, denominada Plataforma de Rebombeio Autônomo (PRA-1). O gás é exportado para o continente através das Plataformas de Namorado 1 (PNA-1) ou Garoupa (PGP-1). A P-52 permanecerá em operação até o final da vida produtiva do campo de Roncador.

O Módulo 2 consiste na utilização de uma embarcação do tipo FPSO, denominada P-54, que iniciou a produção em 12/dezembro/2007, com as seguintes características:

  • Capacidade de processamento de óleo             180.000 bpd
  • Capacidade de compressão                             6,0 milhões de m³/d
  • Capacidade de injeção de água                        39.000 m³/dia
  • Estocagem                                                       1,5 milhão de barris
  • PDA                                                                1.400 m 

Dezessete poços serão interligados à plataforma, sendo 11 produtores e 6 injetores de água.

O escoamento do óleo é feito em tandem, através de um navio aliviador, enquanto o gás será escoado através das Plataformas de Namorado 1 (PNA-1) ou Garoupa (PGP-1).

O Módulo 3 consistirá de uma embarcação tipo semi-submersível (SS), denominada P-55, que iniciará sua produção no ano de 2013, com as seguintes características:

Capacidade de processamento de óleo      180.000 bpd 
Capacidade de compressão                       6,0 milhões de m³/d
Capacidade de injeção de água                  46.000 m³/dia
PDA                                                          1.790 m
 
Serão interligados dezoito poços a esta plataforma, sendo 11 produtores e 7 injetores.

O escoamento do óleo será realizado através de 2 oleodutos, um direcionado à Plataforma de Rebombeio Autônomo (PRA-1) e o segundo direcionado para a P-54. Já o gás será exportado por um gasoduto que seguirá para PGP-1/PNA-1.

O Módulo 4 de Roncador encontra-se atualmente em fase de elaboração de EVTE Conceitual. O projeto consistirá em uma embarcação tipo FPSO, denominada P-62, que iniciará sua produção em 2012. Estará ancorado em LDA de 1.800 m e terá capacidade de processamento para 180.000 bpd de óleo. Serão interligados dezesseis poços, sendo 10 produtores e 6 injetores.

A Petrobras, segundo estimativa realizada em janeiro de 2008, esperava atingir em dezembro/2008 uma produção de óleo de 380.000 bpd em Roncador, projetando pico de produção para 2014, onde espera ultrapassar a marca dos 480.000 barris/dia de produção.

Em resumo:

  • 4 módulos: 2 em produção, 1 em desenvolvimento e 1 em estudo
  • Poços Produtores: 50 (módulos 1, 2, 3 e 4)
  • Poços Injetores: 30 (módulos 1, 2, 3 e 4)
  • Pico de produção: 484 mil bpd em 2014
  • Produção Média Realizada (óleo): 82 mil bpd em 2007 
  • Produção Média Projetada (óleo): 265 mil bpd em 2008